Por André Gonzaga
O documentarista e escritor Sérgio de
Carvalho lançará o seu livro “Noites Alienígenas”, pela editora Pindaíba, na 2ª
Bienal da Floresta do Livro e da Leitura neste sábado, 22, às 20h, no estande
de Autores Independentes. A obra foi financiada pelo Prêmio Garibaldi Brasil
2010, na categoria romance. A capa é da fotógrafa Talita Oliveira, com produção
de Bruna Guedes, e a arte gráfica e design foram criadas pelo publicitário Janu
Schwab.
Foto: Talita de Oliveira |
O enredo mostra três noites distintas em
que as personagens principais se envolvem com a violência urbana e ainda uma
série de problemas, como a dependência química, o preconceito religioso e
sexual. “Eu acho que é um assunto que deve estar em pauta com urgência,
discutido sem moralismo, com toda complexidade que o tema pede”, explica o
autor.
O romance ganha uma nova dimensão na hora
da leitura porque rompe os padrões tradicionais, escrito com base na
experiência do autor com a linguagem do cinema. Nada proposital, mas o
historiador Marcus Vinícius comenta (em tom de brincadeira) que, na verdade, a
obra é uma grande mentira.
“Eu simplesmente não conseguia parar de ler
e chegou em um certo ponto que eu não conseguia mais ver como um livro. Para
mim era um filme. Ele conseguiu de alguma maneira misteriosa, que eu queria
muito aprender, fazer um livro em forma de filme. Vale muito a pena ler!”,
comenta.
O leitor vai encontrar referências de
personalidades bem conhecidas no Estado, como os jornalistas Toinho Alves e
Lenilda Cavalcante. Outras não chegam a ser identificadas pelo nome ou até
ganham uma “nova identidade”, mas é só prestar atenção nas entrelinhas para
descobrir quem é quem. Uma espécie de homenagem.
Três dias e três noites na periferia de Rio
Branco e um mundo de drogas e alucinações onde personagens se cruzam e juntos
criam uma história de outro mundo.
A
obra
Durante três dias pela periferia de Rio
Branco, o leitor de “Noites Alienígenas” mergulha onde as casas simples
escondem um cotidiano intrincado, em que cada decisão e cada palavra têm o
poder de decidir a vida ou a morte, com uma pitada de realismo fantástico.
Complexos, os personagens fogem tanto do arquétipo de herói quanto do
estereótipo de vítimas. Eles são pessoas de carne e osso, enredados na trama
obscura do sedutor e perigoso universo da dependência química.
A narrativa seca, aos poucos, revela os
meandros desse labirinto. Família e sociedade estão envolvidas na jornada quase
sempre desastrosa dos jovens personagens. Evitar o final trágico exige a
coragem de não lavar as mãos, por mais distante que o problema possa,
enganosamente, parecer. Tudo isso em pessoas que, por serem usuárias de drogas,
tornam-se marginalizadas pela sociedade como se fossem alienígenas.
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