Ou: a Cultura além dos tempos
Usar a Filosofia como ingrediente sempre ajuda a completar a receita. Não é querendo reduzir o seu valor, pelo contrário, ela é um grande refúgio para aqueles momentos de crises existenciais ou de criatividade. Quem afinal nunca se utilizou (ou se apossou) das idéias de algum pensador para organizar e direcionar suas linhas? Há um deles inclusive – digo, um filósofo – que defende que a figura do autor não existe. Não há nada de novo, tudo já foi criado. Na opinião dele, o que muda são os efeitos e a repercussão de determinada “criação” (assim, entre aspas mesmo) em determinado tempo ou espaço.
Mas é preciso ter cuidado com os exageros. Alguém ainda agüenta, suporta, tolera pacientemente ouvir um “Só sei que nada sei”? Ou, melhor, “Freud explica”. Diz um colega meu, que quem geralmente usa esta última frase nunca leu e até nem sabe quem foi o tal do “Fróidi!”
Quanto a frase do nosso amigo Sócrates, a coitada já virou uma expressão de “vida-fácil”, todo mundo usa e desusa quanto bem entende. O pior é que as pessoas a utilizam como forma de justificar a sua falta de interesse de buscar informações, ganhar conhecimentos, se aprofundar em alguma questão. É uma escapatória – embora covarde – com estilo, enfim.
E agora eu me utilizo – porque eu também não sou de ferro - da letra de uma canção para colocar aqui um questionamento: “Até pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo. Quem roubou nossa coragem? Tudo é dor...”, assim cantava o trovador solitário, Renato Russo, inspirado provavelmente em algum filósofo de séculos atrás. É, pessoal, tudo isso para falar do nosso novo Edital de Cultura e do nosso Plano Municipal de Cultura.
O Edital está aí, disponível para receber projetos. Este é o último e maior edital do Fundo Municipal de Cultura deste ano. Vai deixar de participar? Eu sei que é chato ler e interpretar um edital – e olha que esse está enooooorme! – mas, fazendo uso de uma filosofia popular, aproveito para dizer: toda moeda tem dois lados!
E aqui, quando se fala em moeda, estamos tratamos literalmente de moeda! Aquela moeda que é importante e necessária para todos nós. E esse edital foi uma conquista do movimento cultural de Rio Branco, que deve agora subir na árvore e colher os frutos. Enviem seus projetos!
E quanto ao nosso Plano Municipal de Cultura, já passou o tempo de filosofar, agora é colocar no papel de forma clara e objetiva o que os fazedores culturais querem. E vamos voltar as nossas reuniões mais intensas, regadas a café, chá e bolacha água-e-sal.
Recuperar a coragem para acreditar, defender e construir uma política cultural justa, democrática e participativa. Não há o que ser justificado com “Só sei que nada sei”, a cultura está aí, e todos nós somos responsáveis por ela em qualquer tempo e espaço.
Nos vemos na Plenária de Cultura que acontece no próximo dia 24 (quarta-feira), às 18horas, no auditório do Colégio Acreano.
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