Lutar por apoio e patrocínio para esporte não é uma tarefa das mais simples. No caso dos atletas que necessitam de cuidados especiais, essa busca se torna ainda mais exaustiva. Mas essa batalha é a rotina vivida por pessoas como o mineiro Alcides Bento de Azevedo, de 54 anos, e seu grupo de atletas do Lar dos Deficientes Visuais do Acre – L.D.VAC.
Também possuidor de deficiência visual, Alcides chegou em Rio Branco no ano de 1989 através de convite para integrar a equipe do CADV - Centro de Apoio aos Deficientes Visuais. No primeiro momento, seu papel era ensinar pessoas com deficiência visual da zona rural a levar uma vida melhor com as suas necessidades especiais.
Em 1990, começou um trabalho com futsal para deficientes visuais. No ano 2000, ampliou as atividades com o atletismo. A maioria dos esportistas são moradores do CADV e a faixa etária dos atletas é livre. O que iniciou como uma alternativa de lazer, tornou-se um sucesso em resultados nas competições nacionais. Mais de 400 medalhas já foram conquistadas.
Um dos exemplos vencedores é da corredora Sebastiana Souza de Freitas, de 27 anos, em parceria com o seu guia Othon Wilkinson Cavalcante, de 20 anos. Ela possui cegueira total, e pratica atletismo há seis anos. No último mês de maio, participou de um campeonato nacional com mais de 700 atletas na cidade de São Caetano do Sul (SP) e ganhou duas medalhas bronze no 800m e no 100m livres; prata no revezamento 4x100m e ouro nos 400m livres. “Correr me deu mais segurança para andar, correr e até pegar um ônibus. Minha auto-estima aumentou.”, afirma Sebastiana.
Apesar dessas vitórias, muitas dificuldades são enfrentadas. Dentre as principais, os destaques ficam em relação ao custeio de passagens, locais adequados para treinamentos e academia. Os recursos para financiar essas atividades vêm do apoio governamental, dentre elas a Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Rio Branco.
Todas segundas, quartas e sextas-feiras, a partir das 8h, na pista do SESI, acontecem os treinos de corrida. Em média, os treinamentos contam com 15 corredores e dois guias. Aos domingos, com início às 13h, é a vez dos praticantes deficientes visuais de futsal se encontrarem na quadra do bairro Universitário. O telefone de contato do Sr. Alcides é 92054661.
DIVISÕES DAS MODALIDADES
Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind = cego). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação:
B1 – Cego total, ou seja, de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, com incapacidade também de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção;
B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Importância visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.
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