A Seringueira (árvore da borracha) da Praça
Cacimbão da Capoeira recebeu seu primeiro corte feito pelo seringueiro Aldenor
da Costa, da Fundação Garibaldi Brasil (FGB), nesta segunda-feira, 15.
A Praça Cacimbão, segundo o
presidente do Bairro Capoeira, Melquisedeque Brito, ganhou este nome por estar
situada no local da fonte de água, que antes abastecia todo o bairro. Luis
Antônio, morador antigo do bairro, se emocionou ao ver a árvore que plantou há
mais de dez anos, frondosa e jorrando leite.
Com habilidade, Aldenor concretizou
mais um ritual de sangria e fez chorar pela primeira vez a seringueira
da praça pública. Ele dispensou o uso de régua, fitas e barbantes e traçou a
bandeira no caule da árvore de forma simples e ágil.
A preparação da seringueira para
sangria é realizada com tanto primor, que diante de tamanha experiência e
conhecimento, o seringueiro seria capaz de desenhar as linhas transversais e
raspar as cascas da árvore de olhos fechados. Os instrumentos indispensáveis
durante o processo são: faca de aço e uma pequena tigela de lata para colher a
seiva derramada, ambos feitos artesanalmente.
“Eu conheço uma seringueira de
qualquer jeito em qualquer canto do mundo, as folhas dela brilham quando bate a
luz do sol”, disse Aldenor.
Natural de Cruzeiro do Sul, Aldenor
da Costa conta que aos 18 anos, seguiu os passos do pai, cearense, nas estradas
de seringa nos seringais do Juruá, para ajudar no sustento da família. Hoje aos
70 anos ele corta mais uma de tantas árvores já desenhadas por suas mãos firmes
de seringueiro, e lembra que no auge de sua juventude chegou a cortar duas
estradas de seringa por dia, porém nunca havia encontrado uma árvore “virgem”,
e nem imaginava que fosse acontecer em uma praça no centro da cidade.
Roberta Marisa (Assessoria FGB)
Fotos: Evandro Derze
Nenhum comentário:
Postar um comentário