Discussões sobre temas de conferência nacional e eleição de delegados acontecem neste sábado
Acontece até às 18horas deste sábado (19), a II Conferência de Cultura de Rio Branco. Todo cidadão rio-branquense pode e deve participar da construção e fiscalização de políticas públicas culturais. Desde quinta-feira (17), produtores, artistas, esportistas e atuantes na área de Patrimônio Cultural se reúnem no auditório do Colégio Armando Nogueira, imersos na reflexão e no debate para melhorias e consolidação de políticas culturais.

No primeiro dia, a abertura oficial contou com a presença de Fred Maia e Keilah Diniz, ambos do Ministério da Cultura; Daniel Zen Sant’ana, presidente da Fundação Elias Mansour; vereador Gabriel Forneck, Marcos Vinicius, presidente da Fundação Garibaldi Brasil e uma plenária de quase 400 conselheiros de cultura.
De acordo com Marcos Vinicius, os assuntos em pauta são de grande seriedade, mas são discutidos de forma cultural. “Num país onde muitas leis nascem e morrem, nós temos uma lei que é viva, que está acontecendo aqui e agora, uma lei para a qual todos nós temos cuidado e zelado muito para que seja efetiva. Durante esta conferência, vamos discutir leis e coisas sérias, mas não podemos perder de vista que somos da cultura, um povo de alegria e festa”, afirmou. Segundo ele, foi uma exigência do Conselho que fizéssemos uma conferência alegre e diferenciada. “Tem muita brincadeira, mas tudo muito sério”, completou.
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A arte-educadora e artista de teatro Marília Bonfim, falou do compromisso e responsabilidade de ser conselheiro de cultura. “Esse momento não é só de quem é do Esporte, da Arte ou do Patrimônio Cultural, esse momento é de toda a sociedade de Rio Branco. Não é fácil participar da Comissão Executiva, porque antes de falar e decidir qualquer coisa, temos que ouvir todo o conselho. Mas a gente trabalha nessa área, com o tempo, percebemos que não é possível ser só um artista, temos que ser um ativista e participar das decisões políticas da cidade”, disse a conselheira.

De acordo com o cineasta Adalberto Queiroz, a capital acreana já avançou muito em termos de política cultural, mas ainda há reivindicações a serem feitas. “Já temos sinais de que teremos um Sistema Municipal de Cultura e um Plano Municipal de Cultura bem consolidados, mas não podemos ficar satisfeitos com todas estas conquistas, ainda temos muito o que debater e muito para avançar, inclusive aumentar os recursos para a cultura”, disse.
Durante a abertura, a II Conferência Municipal de Cultura foi oferecida ao sanfoneiro Monteirinho, músico que difundiu o instrumento dos seringais para a cidade. Outros percussores do movimento acreano também foram lembrados e homenageados, como Tião Natureza, Mathias, Maués, Hélio Melo, Da Costa, Betho Rocha, entre outros.

Na sexta-feira, aconteceu a avaliação do Sistema Municipal de Cultura. Segmentos como Música, Literatura, Artes Marciais, Culturas Ayahuasqueiras, Turismo, entre outros, foram destacados por já terem se consolidado diante do Conselho Municipal de Cultura. Várias propostas foram apresentadas, discutidas e votadas sobre os mecanismos de gestão cultural da cidade.
Na opinião do músico João Veras, a sociedade ainda está em fase de aprendizado no que se refere à participação nas decisões políticas. “Estamos vivendo uma nova fase, a cultura como política pública assumida pelo governo municipal, e a sociedade se pautando na participação da construção dessas políticas. Esse processo de participação ainda é uma aprendizagem para todos, afinal, o modelo de conselho de cultura criado por nós, na I Conferência, é de experimento, não foi feito nada parecido antes”, disse o músico João Veras.

Neste sábado, acontecem as discussões sobre as temáticas da II Conferência Nacional de Cultura, que vão refletir na construção do Plano Municipal de Cultura de Rio Branco. Este Plano vai nortear e definir a política pública cultural da cidade para os próximos dez anos. Também neste sábado, serão elaboradas as propostas e eleitos os delegados para a II Conferência Estadual de Cultura.
Para nortear e qualificar ainda mais estes trabalhos, a Conferência vai contar com a participação de Bernardo da Mata Machado, doutor em direitos culturais e autor do texto base da Conferência Nacional de Cultura; Gerson Albuquerque, historiador e professor do curso de Artes Cênicas da Ufac; Toinho Alves, jornalista e ex-presidente das Fundações Garibaldi Brasil e Elias Mansour; Daniel Zen, presidente da Fundação Elias Mansour e do Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Cultura; e Roberto Peixe, ex-secretário de cultura de Recife, que em sua gestão, conseguiu destinar para a cultura cerca de 4% do orçamento municipal, e hoje é coordenador geral do Sistema Nacional de Cultura, no Ministério da Cultura.
A II Conferência de Cultura de Rio Branco é uma realização da Prefeitura de Rio Branco, via Fundação Garibaldi Brasil, e Conselho Municipal de Políticas Cultura, com apoio da Fundação Elias Mansour e Conselho Estadual de Cultura.
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