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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Produtores realizam I Fórum de Audiovisual

Movimento de audiovisual apresenta amadurecimento e organização no debate sobre políticas públicas

Visando discutir e apontar caminhos para as políticas públicas para o audiovisual no Acre, o I Fórum Setorial de Audiovisual reuniu produtores da área, gestores públicos e demais interessados pelo segmento. Realizado pelas Câmaras Temática do Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC) e Técnica do Conselho Estadual de Cultura (CONCULTURA) de Audiovisual, ABDeC/AC, ASACINE, Samaúma – Cinema e Vídeo, e Núcleo de Produção Digital da Usina de Artes João Donato, com apoio da Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil e Fundação Elias Mansour.

I Fórum de Audiovisual mobilizou os produtores para o debate sobre políticas públicas

Na parte da manhã, o evento compôs a mesa para debate com o presidente da FGB, Marcos Vinícius Neves; o presidente da FEM, Daniel Zen; o coordenador do Núcleo de Produção Digital da Usina de Artes João Donato, Maurice Capovilla; o conselheiro Estadual Titular de Audiovisual, Adalberto Queiroz; e a representante titular da Câmara Temática de Audiovisual do CMPC, Alcinethe Damasceno.

O fato de ser iniciativa da própria sociedade rendeu elogios por parte dos presidentes das FGB e FEM em relação ao Fórum. “Esse tipo de Fórum representa um novo momento no diálogo entre sociedade civil e poder público, tendo em vista que eles completam e precisam estar sempre dialogando”, analisa Marcos Vinícius. “Estamos vivendo o processo de implementação e consolidação dos Sistemas de Cultura do estado e municípios, e o audiovisual sai na frente nisso”, ponderou Zen.

Reflexões entre gestores e produtores

Em debate estava o panorama político do audiovisual. O papel do governo no fomento à produção, distribuição, exibição e formação, foi abordado tanto pelos representantes da sociedade civil como pelos gestores públicos. Em sua fala inicial, Daniel Zen defendeu a política de financiamentos específicos ao audiovisual através de editais públicos. Também destacou que o sistema público de comunicação deve ser utilizado pelos produtores locais, desde que se leve em conta um padrão de qualidade mínimo para as obras.

O problema de recurso para o audiovisual que remetem à velha máxima do “cobertor menor do que o corpo” foi falado por Marcos Vinícius. Reconhecendo que atualmente os editais de financiamento no âmbito do município dispõem de recurso muito abaixo do necessário para as produções da área, o presidente da FGB sugeriu que se pensasse o incentivo de maneira dividida pelos entes federativos e até editais conjuntos entre municípios e Estado. “O município poderia ser mais eficaz fomentando as necessidades voltadas à circulação e exibição do audiovisual, levando em conta o baixo orçamento disponível. Se tivermos uma divisão de competências entre as esferas municipal, estadual e federal, obteremos melhores resultados”, avalia Marcos.

Quem também enfatizou o atual momento de conscientização do movimento de audiovisual acreano foi Maurice Capovilla. “Sinto-me sensibilizado com a agitação que tem acontecido nos últimos tempos em Rio Branco.”, afirma. Capovilla ressaltou a importância do papel da formação no cinema. “As escolas de cinema são fundamentais em qualquer lugar do mundo. A escola é a reflexão, é a crítica, é a formação.”

Adalberto Queiroz destacou a evolução do pensamento onde a coletividade se sobressai ao individualismo e como isso culminou neste encontro. “Se nos anos 70, os produtores de cinema tivessem focado apenas para o próprio umbigo, hoje não estaríamos realizando ações como este Fórum. Temos esse sentimento de que não podemos fazer nada só.”, disse o conselheiro titular do ConCultura. Alcinethe Damasceno ressaltou que o audiovisual acreano não pode mais esperar e deve criar novas produções. “O cinema tem uma importância cultural, educacional e econômica. Não podemos adiar mais o tempo de produzirmos”, afirma a conselheira do CMPC.

No período da tarde, os conselheiros se dividiram em três grupos onde seriam discutidos diagnósticos e soluções para os eixos: Produção; Circulação e Exibição; e Formação. Logo em seguida, os membros dos grupos se reuniram e expuseram suas reflexões para o debate. Com a sensação de saldo positivo por parte dos presentes, o I Fórum de Audiovisual se concluiu com a promessa de novos eventos do gênero para aprimorar as políticas públicas para o audiovisual.

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