Relatório de Gestão CMPC e Fale Conosco

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Conferência Municipal de Cultura, refletindo sobre algumas ponderações

Enviado ao blog por Eudmar Bastos (Ed)*, referente ao artigo publicado na postagem anterior

Ao acordar na manhã do dia 6 de setembro, pensando em ter um descanso merecido e aproveitar o feriado prolongado, pasmem! Fiquei estarrecido ao ler na edição de quinta-feira (06.09.07), do Jornal O Rio Branco, o artigo do artista plástico e presidente do Conselho Estadual de Cultura o senhor Dalmir Ferreira. No texto publicado, o artista escreveu que o processo de construção do Sistema Municipal de Cultura é ilegítimo, não participativo e direcionado pelo poder público.

O senhor Dalmir Ferreira afirmou que os funcionários da FGB são parasitas e que usam a máquina administrativa para sobreviver, além de serem mentalmente sequelados. Diante de tais fatos me fiz a seguinte pergunta: A cultura é uma arma ou uma solução? Fiquei refletindo sobre o que queremos enquanto cultura, gestores e produtores culturais. Chegamos a um estágio, na atual conjuntura mundial, onde a cultura não pode ser mais vista apenas como enfeite de bolo, mas como formação do cidadão em si.

De acordo com o Cadastro Geral de Empresas do IBGE, existem quase 270 milhões de empresas voltadas para o Setor de Cultura, representando 5,2% das empresas com existência formal. A cultura ocupa cerca de 1,43 milhão de trabalhadores, o que corresponde a 4% da mão-de-obra ativa do país. Levando em consideração também o setor informal, são 3,7 milhões de pessoas. O rendimento médio é de cinco salários mínimos, enquanto a média nacional fica em três salários.

Rio Branco é uma das poucas capitais do Brasil que está pensando a cultura de maneira franca, aberta, participativa e referendada pela classe artística. Antecedendo a Conferência Municipal de Cultura - que será realizada em outubro de 2007 -, ainda no ano de 2005, foram realizadas 17 reuniões com os mais variados segmentos da cultura rio-branquense, desses encontros, o senhor Dalmir Ferreira - que tanto está fazendo acusações levianas contra pessoas que ele conhece muito bem e sabe que não são de caráter duvidoso -, participou em somente três reuniões. Prova disso é a revista do fórum que foi publicada e distribuída entre os artistas e fazedores de cultura, e ai, é só os senhores contarem nos diversos seguimentos as participações do senhor Dalmir Ferreira.

Sugiro ao senhor Dalmir Ferreira que saia do século XIX e venha se integrar ao século XXI, e pare de brincar de ser artista e presidente de Conselho de Cultura como ele mesmo se denomina. No caso específico da Fundação Garibaldi Brasil, todos os projetos de inclusão e democratização da cultura são ações e políticas pública pautadas pelos fazedores de cultura e não de Governo. Na FGB, a cultura é tratada como um assunto sério, com ações que valorizam, incluem e revelam cidadãos rio-branquenses, nascidos aqui ou não.

A cidade de Rio Branco tem uma diversidade enorme no tocante à cultura, e aprenda senhor Dalmir Ferreira, cultura não é só arte, arte também é cultura. Pela primeira vez na história do município, um governo se pronunciou de tal forma em relação à cultura, onde curiosamente, grande parte dos fazedores culturais que estão participando desse processo democrático é da geração nova da cidade. São atores inovadores, artistas, cineastas, jornalistas, benzedeiras, rezadeiras, espíritas, macumbeiros, candomblecistas, umbandistas, capoeiristas, catraieiros, produtores culturais e outros fazedores que apresentaram uma rica diversidade de bens ¨materias e imaterias¨que temos em nossas mãos. Gente que nasceu na geração em que o mundo pensa em cultura como um todo, gente que já produz fruto de sua bagagem cultural. Costumamos em muito a reclamar, mas convido a todos a refletir sobre nossa riqueza e diversidade cultural, em relação a outras cidades. UFA!!! Eita cultura danada de boa.

Tirando os índios que aqui habitavam, somos todos imigrantes ou filhos e descendentes de imigrantes. Carregamos em nossa bagagem cultural os valores do passado, andando para frente. Nossas tradições caminham ao lado de produtos culturais contemporâneos. Aos que moram na cidade e ainda não conhecem a nossa cultura, faço um convite: redescubram a verdadeira democracia cultural existente.

Senhor Dalmir Ferreira, participe com orgulho desta empreitada inovadora, se envolva neste projeto, aprenda como todos nós estamos aprendendo a dar um outro olhar para questões, ações, lugares e atividades que nos passam despercebidos no cotidiano. Professor Dalmir Ferreira, o senhor tem muito a contribuir, não jogue fora essa oportunidade de construir junto um futuro melhor para todos nós.

É muito fácil criticar. Difícil é propor e fazer. Convido aos que criticam que venha somar e ajudar nesta permanente construção da cultura que desejamos. AXÉ para todos e todas.....

*Gestor público, acadêmico do curso de História da Universidade Federal do Acre, Diretor executivo da ONG CERNEGRO, músico, compositor, sambista, produtor musical e cultural, Ogan da Nação de Angola e outras atividades culturais mais...

6 comentários:

Anônimo disse...

O Poder público e o processo de criação do Sistema Municipal de Cultura.

Se a Conferência é direcionada pelos gestores da FGB até aí nada de mau,é importante que a Instituição dê a direção e promova de fato o debate, agora ficar o debete rolando entre os conselheiros do estado e os gestores de cultura do município, aí fica mesmo sem graça, essa de dizer que a galera é sem massa cinzenta é motivo prá investigação do DNA cultural da moçada.De formas e maneiras é importante que o dabate mesmo sem muita massa cinzenta se realize.Afinal a turma tá se esforçando muito.

Anônimo disse...

Então o Edmar Bastos deveria ser punido pela Ser Negro TB, já que se qualificar no rodapé de um artigo é crime...como as pessoas são contraditórias, falam dos outros mais o rabo permeia a massa cinzenta da cultura.

Anônimo disse...

O DNA e QI Cultural
É muito interessante a discussão que está sendo travada na plenária, nos bastidores e corredores da Conferência Municipal de cultura. Já tem até tese sobre o DNA Cultural e a massa cinzenta dos participantes.A fofoca é mesmo um aspecto forte da cultura tupiniqum, tem também a questão do QI político, aqueles que não têm QI ficam esperneando, mas tem também os que gostam mesmo é de ver o circo pegar fogo.A causa porém é justa:Melhores condições para a cultura do município de Rio Branco.

Anônimo disse...

A massa cinzenta da cultura é colorida, talvez por isso os cinzentos se irritam tanto.Agora o papo é sério, tem um artigo muito bom no boletim cultural do PT com o Zé Celso Matinez, se a turma lê vai melhorar muito o debate na Conferência.

CERNEGRO/ACRE disse...

só pra corrigir. é CERNEGRO....AXÉ

Anônimo disse...

não é ser negro e sim CERNEGRO.....AXÉ....