Ou: Museus, lugares de desenvolvimento social
Quando falamos de patrimônio cultural, logo nos vem à cabeça aquele prédio bem antigo, que nos remonta a um passado distante. Mas o patrimônio cultural de uma cidade vai além dos prédios, e aí você pode dizer: “Ah! Os feitos dos grandes heróis!”.
Quando falamos de patrimônio cultural, logo nos vem à cabeça aquele prédio bem antigo, que nos remonta a um passado distante. Mas o patrimônio cultural de uma cidade vai além dos prédios, e aí você pode dizer: “Ah! Os feitos dos grandes heróis!”.
O que não deixa de ser verdade, mas a memória de uma cidade se dá através dos mais simples gestos, nas coisas do nosso cotidiano, nos fazeres e saberes dos Joãos e Marias que, em suas simplicidades, nem conseguem se identificar como sujeitos atuantes na história.
Nos últimos oito anos, vários espaços de memória foram criados e revitalizados, estimulando o fortalecimento da identidade acreana. No entanto, ainda continuamos a não pensar a comunidade como sujeito atuante e como produtora de cultura.
E então, nos vêm alguns questionamentos: Como nossas memórias estão sendo preservadas? Será que os espaços de memória criados estão realmente preparados para difundir todo esse tesouro?
Durante esse tempo, a tarefa foi preparar a área para uma grande lavoura chamada cultura. Tivemos o período de limpeza do terreno, aramos a terra, e agora o terreno está fértil para a plantação. Algumas sementes já foram jogadas.
Uma delas é o Sistema Municipal de Cultura, que nos possibilita semear todas as sementes da área cultural. Os brotos já começam a surgir com a formação das câmaras temáticas, local este onde o adubo é a participação da comunidade, pois sem ela os brotos não vingarão.
Em pouco tempo, quando todos se reconhecerem como agricultores da cultura, estaremos fazendo a colheita dos mais saborosos frutos. Mas o que isso tem haver com Patrimônio Cultural e com a memória? Tudo!
Afinal, agora é o momento para pensarmos o que está sendo feito para o estimular e preservar nossa memória. E esse estimulo não é só dos espaços que funcionam como “guardiões” da memória, mas também das memórias vivas que precisam ser estimuladas e preservadas.
Precisamos pensar esses espaços como agentes de transformação e desenvolvimento social que o são. O terreno foi arado, a semente foi jogada, o broto começou a surgir. E agora o que precisamos fazer para que a plantação não tenha apenas uma safra?
Precisamos pensar o objetivo desses espaços, o que está sendo feito para as mudanças sociais, e que consciência tem desenvolvido na sociedade enquanto agente de transformação.
Não podemos mais pensar os museus e salas memórias como espaço de coisas velhas, como um lugar morto. É preciso ter um novo olhar para os nossos espaços históricos, pois são lugares em que se trabalha não mais o velho, o estático, mas sim um lugar onde se trabalha a vida, o movimento, acompanhando as transformações da própria sociedade.
Precisamos discutir as políticas públicas para os nossos museus e patrimônio. O Ministério da Cultura, por meio do Sistema Nacional de Cultura, traz a necessidade de criação destas políticas. Vários estados brasileiros que reconhecem esses espaços como agentes de grande potencial na transformação social já iniciaram suas discussões.
No Acre, ainda é preciso fazer um movimento para que as pessoas que trabalham na área reconheçam a grande importância da preservação, manutenção e funcionamento desses espaços. Você vem junto?
*Artigo produzido pelos coordenadores da área de Patrimônio Cultural da Fundação Garibaldi Brasil
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