Relatório de Gestão CMPC e Fale Conosco

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Esse ser desprezível, meu inimigo, o outro - Parte 1

Ozi Cordeiro*

E por falar em Sistema Municipal de Cultura, vou aproveitar meus vinte anos de Acre para falar da maior dificuldade que sinto, atualmente, em viver em Rio Branco, essa cidade que adotei aos vinte e dois anos para viver e pela qual nutro até hoje, o mesmo sentimento de bem-querer que tinha quando aqui cheguei nos idos de 1987.

São 3h18 da madrugada e pela enésima vez, fui acordada há uma hora atrás pelo som estrondeante do carro desses baderneiros que vagueiam pelas madrugadas da cidade (sim, Célia Pedrina, eu sei exatamente, tim-tim por tim-tim, o inferno que você suporta por morar nas imediações do famigerado Parque da Maternidade!)

Infelizmente, esse problema que enfrentamos por conviver com pessoas que desrespeitam acintosamente o direito dos outros não se restringe aos cidadãos considerados “mal-educados”, os “incultos”, esses que curtem os pagodes e Calypsos da vida. Não quero parecer intolerante com esse tipo de música e seus adeptos, mas por que eles nunca me acordam com um Tom Jobim no último volume?

Percebo, paulatinamente, conforme tenho acompanhado o debate em torno da I Conferência Municipal de Cultura e o processo de criação do Sistema Municipal, que esse problema de tratar o outro como algo desprezível, um ser indigno de respeito e consideração, também afeta a nós, as “cabeças pensantes”, os artistas, cidadãos de bem dessa cidade.

Caso contrário, o que justificaria a existência desses comentários maldosos que têm surgido a cada dia, nos blogs que divulgam as idéias em torno da cultura? Sempre que busco me informar sobre as opiniões, fico frustrada ao me ver obrigada a ler as palavras de anônimos que se sentem no direito de se esconder para tratar seus semelhantes de forma desprezível e covarde.

Segundo Schopenhauer, a pessoa que não se identifica ao publicar suas idéias é um “velhaco, diga seu nome! Pois atacar, encapuzado e disfarçado, as pessoas que passeiam mostrando seus rostos não é algo que um homem honrado faça: só os patifes e os canalhas agem assim...”. Riemer tem toda razão quando, em sua “Comunicação sobre Goethe, diz: “Um adversário que mostra sua cara abertamente é uma pessoa honrada, moderada, com a qual é possível se entender, chegar a um acordo, a uma reconciliação; em compensação, um adversário escondido é um patife covarde e infame, que não tem coragem de assumir seus julgamentos, portanto, alguém que não defende sua opinião, mas se interessa apenas pelo prazer secreto que sente em descarregar sua ira sem ser reconhecido nem sofrer retaliações”.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ih o nível começou a baixar por aqui.
(fátima)

Anônimo disse...

gente que coisa mais agressiva, desse jeito a conferencia vai ser uma baixaria deus me livre.

Anônimo disse...

Anônimos: Como os outros.Filhos bastardos.

Shopenhauer e Riemer certamente não tiveram infância,não conheceram os secretos, encapuzados e disfarçados: Zorro,Fantasma, Homem Aranha.A fantasia é a arte de fazer ver em meio de grande escuridão.
O fantasma da Ópera.

Anônimo disse...

tinha me falado desse texto e eu não tinha acreditado, agora vi com os prporios olhos, que baixo astral, todu mundo propondo, defendendo a questãoi cultural e essa moça preocupada em questões pessoais, nossa mão me disseram que ela tá na FGB, algum assim na cultura é muito problemático. (me chama francisca silvania de araújo e não sou da área cultural, sou professora da rede estaduasl de ensino)