Relatório de Gestão CMPC e Fale Conosco

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Painel Temático III – Mecanismos de Participação

Ou: quem poderá me defender?

A representatividade - ou a ausência dela - dá medo. Trás uma sensação de colocar em risco a “voz e a vez”. Afinal, confiar em quem? Quem pensa no coletivo? E quem pensa no individual? Ou melhor, quem defenderá os meus interesses e/ou os interesses do meu grupo?

Este painel temático tem a responsabilidade de discutir um mecanismo que exerce importante função no sistema – o Conselho Municipal de Cultura, pois é ele que vai indicar a funcionalidade dos outros mecanismos.

Na reunião inicial desde grupo, que aconteceu na última sexta-feira (24), a participação não foi somente diversificada, foi também barulhenta e polêmica. Afinal de contas, o plenário tem a consciência de que o conselho terá o poder de nortear – ou desnortear – muita coisa.

É verdade que a discussão de sexta-feira renderia um bom texto. Mas, quem vos escreve está tensa. Sim, porque foi um debate tenso. Portanto, serei breve e deixarei por conta dos que estiveram presentes se manifestar e deixar aqui as impressões.

O coordenador escolhido foi Adaildo Neto (produção/artes visuais/música) e Moisés Moura (artes visuais). Os interessados em participar desta discussão, devem comparecer na segunda reunião do grupo, que acontecerá na terça-feira, 28, às 18horas, no Auditório do Sebrae/Centro.

O Conselho Municipal de Cultura

O quê: Órgão que institucionaliza e organiza a relação entre a administração municipal e a sociedade civil.

A proposta é: O conselho proposto está organizado em quatro instâncias de participação: Conferência Municipal de Cultura, Conselho Executivo, Fóruns Setoriais e Câmaras Temáticas. A instância primordial de participação são as Câmaras Temáticas. Elas podem ser infinitas e compostas por toda e qualquer pessoa inscrita no Cadastro Cultural. As Câmaras Temáticas estabelecerão diretrizes, metas, prioridades e estratégias para os Fóruns Setoriais, que representam uma instância de articulação dos segmentos para definição de políticas públicas. O Conselho executivo deverá executar as propostas e demandas que vierem das câmaras temáticas e fóruns setoriais.

Opinião:
“Eu acho que todo o processo de discussão onde temos a participação de áreas organizadas ou não, é o processo mais enriquecedor. Todos ganham. O que a gente tira daqui é resultado de várias cabeças pensantes. A grande questão é que as pessoas estão muito conduzidas pelo que está proposto, e não conseguem pensar em outras possibilidades. Além disso, ainda tem muitos movimentos ausentes”.
(Lenine – Presidente da Federação de Teatro do Acre – Fetac)

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“É necessário ter esse tipo de discussão porque é dessa forma que surgem as dúvidas, e assim, o fortalecimento da cultura vai se concretizando. A cultura não é isolada a nenhum segmento. A cultura está na gente. É importante que haja uma reflexão de fato sobre o que é cultura. O meu olhar é o das comunidades, nos bairros, é lá onde a cultura está viva, é a essência, a base. Antes de estar no palco, o artista deve estar na sua rua, o seu público é a sua comunidade”.
(Cecé, produtora/audiovisual).

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“Eu vejo esse processo de maneira muito positiva. Participei de outras etapas e percebo que a discussão está caminhando para uma boa finalização. A apresentação de novas idéias nos possibilita o amadurecimento e a construção de um sistema baseado na diversidade de participação”. (Socorro Craveiro – Professora Do departamento de Educação Física da Universidade Federal do Acre – Ufac).

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“Conforme a gente participa, vamos aprendendo mais sobre política, cultura, leis... Mas antes de vir pra discussão, todas as pessoas devem ler o documento proposto para fazer aqui uma análise produtiva”. (Roselane Alves, acadêmica de educação física e promotora de eventos).

“Para o conselho, é preciso qualificar a nossa representação, não é questão de quantos representantes teremos, mas a atuação deles”.
(Arimatéia, Cernegro).

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“Há uma dificuldade em reconhecer que estamos construindo democracia. Mas é verdade que hoje, aqui em Rio Branco, estamos tendo suporte para uma reeducação democrática. Todos querem e podem falar, existem algumas dúvidas de propostas e idéias, mas é preciso deixar claro que não existe concorrência entre as áreas, o segredo é dar a mão e andar junto. As pessoas não estão tendo a visão das possibilidades que o turismo oferece”.
(Gilmar Santos, tecnólogo em turismo)

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“Estou feliz porque estou tendo a minha participação registrada. Quando recebi o material da conferência, vi o meu nome em um dos documentos publicados [revista], senti que a minha opinião e participação foram reconhecidas, esse é um dos motivos que faz valer a pena estar incluído nesse debate. E desde o início, venho defendendo que a música deve estar presente na grade curricular da educação infantil”.
(Tony Ruela, músico).

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“Este é um momento de reflexão, com isso, teremos um resultado natural que será um diagnóstico da cultura no município, pois quando a discussão é aberta para os vários setores, torna-se possível uma diretriz mais efetiva e embasada na diversidade o que apresenta, primeiramente, uma zona de atrito entre os segmentos, mas com os debates, as áreas vão reconhecendo e sentindo a sua interação e integração”.
(Zé Leite, professor de educação física).

3 comentários:

Anônimo disse...

Mecanismo de Participação e I Conferência Municipal de Cultura.

Penso que o fogo criador dos militantes e produtores da cultura está aceso, inflamado, iluminado permetindo o ingresso da participação à quem tem interesse nas questões da política cultural. Não temam o debate tenso e a participação barulhenta, é bom que seja assim, é participação popular, faz parte do jogo democrático. só os que querem muito, vão à luta! a Conferência já é! Beatriz Silva.

Anônimo disse...

A I Conferência Municipal de Cultura, pode ser um marco fundamental na cultura acreana, afinal é a capital que serve de referência para os demais municípios.Sendo também importante o bom nível dos debates que os artistas e produtores culturais de Rio Branco promovem. A FGB terá suas estruturas refeitas e a prefeitura de Rio Branco terá motivos de sobra para se orgulhar do seu órgão de cultura, pois terá um sistema de cultura forjado no calor das discussões populares pelos seus mais legítimos representantes: os artístas e produtores culturais.As gerações que virão depois de nós, terão um bom legado, e nós que certamente assinaremos a nova forma de gerir a Cultura,teremos criado a possibilidade de melhorar a relação dos produtores de cultura com o estado e a sociedade civil.Carmem da Silva.

Anônimo disse...

A função dos barulhentos é movimentar o silêncio,são pessoas necessárias e às vezes incovenientes, mas não nos deixam à sós com nossos pensamentos, pois somos sacudidos e levados pelos seus gritos, à regir, sair do nosso mundo das idéias e participar junto com os outros mortais, das decisões comuns, senão a turma do barulho decide no GRITO. Sabe como? Digamos, que...sim.Hoje tem debate, lá no auditório do SEBRAE, no centro.
Antônia.