Estamos falando da catraiada, uma das grandes atrações do aniversário da cidade. A expectativa criada e o glamour da competição surpreenderam aos que assistiram, e também aos participantes e organizadores. No aniversário de 125 anos da cidade, os rio-branquenses se aproximaram do rio – muita gente de chapéu e sombrinha – para admirar e torcer pelos seus competidores preferidos (sim, acreditem, tinha torcida também).
E então foi possível colocar cor na foto que temos em preto e branco, de décadas atrás, quando a competição acontecia com mais freqüência, organizada pelos próprios catraieiros. A gente pode não saber direito falar de atualidade e o que é moderno, mas o que é tradicional é fácil notar.
É porque é o que dá certo e atrai o olhar em qualquer época, de qualquer rosto, de qualquer idade. É que essa é a nossa história e a nossa cultura. Não é preciso grandes fogos ou balões, é só ser sincero e colocar no repertório aquilo que somos e fazemos (ih, falando assim, parece até fácil).
Além da Catraiada, também tivemos a Corrida Infantil o Concurso de Pintura e o Show da Cidade. Durante este último, uma mostra de cultura popular. Não aquela coisa dos palcos, com as grandes luzes e fumaça de gelo seco. Mas com as formas que deixam os pés no chão de verdade, como raiz, entende? Fizemos um apanhado das manifestações de rua, um mostra dos projetos que são desenvolvidos em comunidades diversas e das suas mais variadas formas.
Fazer uma festa é fácil. Chama uma grande atração, coloca uma decoração colorida e manda convite pra todo mundo. Mas festejar o aniversário da cidade, de uma forma que seja a cara da cidade, é que é o desafio. E foi exatamente esse o desafio que resolvemos encarar: comemorar os nossos 125 anos afirmando e mostrando o que somos e o que é nosso.
Mas a pergunta agora é: que rumo deve tomar essa catraia? A catraia guiada pela Fundação Garibaldi Brasil, mas norteada por todos nós, deve descer o rio Acre seguindo a correnteza, aproveitando as ondas das tendências e regras dos mercados culturais? Ou tomar o caminho oposto. Fazer um pouco mais de força e se atrever a subir este rio para buscar nossas raízes, assumindo mais desafios, buscando essa nascente que, por mais que seja tão distante e cheia de obstáculos, é assim, tão prazerosa?
2 comentários:
A catraiada foi com certeza o momento mais esperado da festa. Não queria perder nada, então atravessei a passarela e sentei-me debaixo de uma frondosa árvore, próximo a margem do rio. E fiquei esperando... Nesse momento conheci um senhor por nome Hemerson, cujo pai foi administrador do Mercado Velho em outras décadas. Ele me falou que anos atrás foi um dos organizadores da catraida pelo Sesc, e essa atividade era (como novamente tornou a ser) uma das mais esperada por todos, pois além de envolver um dos trabalhos mais típicos do Acre(realizado pelo catraeiro), todo o ambiente à margem do Rio Acre, naquele dia era proprício para nos remetermos a memória e buscarmos conhecer algo que faz parte de nós, a cultura.
sim sim silmarinha!!
e eu nao vejo a hora de poder acompanhar outra ediçao da catraiada!!
=)
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