Relatório de Gestão CMPC e Fale Conosco

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Espaço aberto: a cultura não tem limite

Ou: Sabia que você também é artista?

Quando o seu dia começa? Quando você acorda e põe os pés no chão? Quando sente o cheirinho de café ou quando ouve a reclamação do filho que não quer ir à escola? Quando abre o jornal do dia e vê que tudo continua quase do mesmo jeito que nem ontem? E então você sai de casa e dá continuidade a sua vida e aos seus afazeres. Por mais uma vez, entre as tantas e tantas e tantas, você segue o seu ritual diário, com seus costumes, manias, crenças e tradições...

Por acaso, no meio do caminho, você ouve falar numa tal ‘Conferência de Cultura’. Vê algum cartaz por aí, recebe alguma ‘filipeta’, lê alguma notícia sobre o assunto... Mas nem se importa tanto. Afinal, cultura é coisa pra artista, e discutir política – seja lá pra qual rumo for – é, normalmente, meio chato (este ‘meio’, é mero eufemismo).

E aqui se encontra uma das principais barreiras para se falar em ‘gestão participativa’ e representatividade. Porque participar não é apenas assinar a lista de presença de algum fórum, emitir alguma opinião ou levantar o braço para ser contado como voto. É isso também. Mas além disso, é ter a vontade de intervir, de se envolver, é tomar o processo para si, sentir-se dono dele, e assim, ser também responsável pela construção das políticas públicas e pelos seus resultados.

Afinal, a cultura não é apenas uma seqüência fragmentada de manifestações artísticas, populares, eruditas ou esportivas, ela é também conhecimento, percepção, crítica e, a vida rotineira – ou não – de cada um.

A cultura está nas surpresas e nas normalidades do nosso dia-a-dia. Onde cada um é autor e personagem da sua história; jogador, juiz e técnico das batalhas cotidianas; agente dos costumes herdados desde os tataravôs e um guia da ciência que trás em si.

Cada um deve participar, fazer uso do seu direito à voz e transformar em dever, o seu voto. É exercício – nem fácil e nem difícil, apenas novo – aceitar como culturais aspectos nunca antes levantados por uma gestão pública da cultura. E deixar ser criado o sentimento de pertencimento e coletividade, onde o espaço para a defesa da representação de cada um é apenas conseqüência de um processo embasado no diálogo entre os setores, na transparência e na participação pública.

Agenda

A I Conferência Municipal de Cultura de Rio Branco acontece nos dias 26 e 27 de outubro, a partir das 8horas, no auditório da Secretaria Estadual de Educação. Participe! Mais informações: 32242503 / 32240269.

5 comentários:

Anônimo disse...

Sabe aquele ditado popular: "De médico e louco todos temos um pouco". Acho que é por isso que eu também sou artista. vou nos dias da Conferência colocar o louco prá funcionar,deixa!

João Neto disse...

Concordo com o texto, quando ele diz que qualquer um é artista quando vive em sociedade. Fica difícil viver nesse sistema burocrático, quase robótico. O cotidiano nos leva a crer que nossas vidas são feitas apenas para trabalhar, comer, dormir, e reiniciar o ciclo novamente. Fomos feitos também para sorrir, chorar, e sentir emoções que só as Belas Artes nos proporcionam.
Por que não organizar um campo tão vasto e importante para a população como esse? Não queremos somente pão e água, queremos pão, água e circo. E somente com políticas públicas culturais voltadas para a sociedade, é que teremos um norteador para saber o que queremos no futuro... uma cidade alheia aos artistas, ou uma só voz forte e unida nos anseios dos mais variados fazedores de cultura de Rio Branco?
Vamos ajudar a Cultura !!!
João Neto - Músico

Anônimo disse...

queremos sim.

Queremos pão com requeijão, água gratuita e tratada, circo com bailarinas, malabristas, equlibristas, mágicos,cantores e cantoras,músicos e pintores palhaços e muitas crianças cheirosas e bem alimentadas,velhos felizes e bem acompanhados. Viva o grande circo da fartura! Viva a riqueza cultural do povo desta cidade. Vamos participar da Conferência com o sentimento de que precisamos sair do atraso cultural que nos oprime a alma.

Anônimo disse...

De médico e loucos...


E por falar em médicos e loucos...a saúde no Acre é um terror. Os centros e hospitais públicos esses já estão na casa do sem jeito, os hospitais privados te cobram o olho da cara e não funcionam, a higiene é de última, baratas e baratas passeiam pelos corredores dos hospitais, sem falar da falta de preparo humano e profissional de enfermeiros e a grande maioria de médicos. O sindicato de saúde não serve nem prá denunciar a situação de calamidade na saúde do cidadão que mora no Acre. Só mesmo os loucos do TEATRO podem sacudir essa cidade para chamar atenção dos orgãos públicos e de toda população. Uma peça Urgente para salvar a saúde que se encontra na UTI. A situação de penúria da saúde acreana é uma consequência do atraso cultural em que nos encontramos.Saúde!

Anônimo disse...

A saúde é também patrimônio histórico.

Santa Casa de Misericórdia do Acre,fundada em 1928 deveria ser hoje um centro de excelência em saúde e de referencial histórico.Para exemplificar segue um pequeno trecho do texto: FRAGMENTOS DA MEMÓRIA' de Arnóbio Marques, pai do governador do Acre.

"...quando chegamos em Rio Branco era 23 de junho de 1942,véspera de são João. A nossa Chatinha ancorava no "porto"- barranco ao lado do mercado, próximo ao que hoje é uma das bases da ponte de ferro,no 1º Distrito. Os companheiros foram para seus respectivos lugares, mas eu fui levado para Santa Casa de Misericórdia,como indigente...suposto impaludismo."

Relatos como esse deve ter centenas, que justificam uma melhor atenção para com a Santa Casa de Misericórdia, hoje na mão de pessoas que são totalmente mercantilistas, tratam a saúde como um produto a mais na prateleira. A Santa Casa merece ser olhada com os Olhos da competência e do amor.